segunda-feira, 7 de novembro de 2011

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Meu valor não leva cifrão.
Meu valor está na mente, está no coração.

Eu tento burlar,
eu pulo as catracas,
eu entro sem pagar.
Mas, no fundo, eu sei. Eu estou no sistema.
Na selva de pedra ou na roça do tio Tony. Predomina a corrupção.
Gados trabalhando e gente podre sugando.

Quem sou eu para definir podridão?
Alguém que buscou a pureza e a clareza no porão.
Em meio a dias tristes, cenas ilusórias
e discursos de quem só vê valor no cifrão.

Eu já não crio desculpas.
Eu sei do que eu estou falando.
Não me digam que sou louca.
Pois eu vi aquele garoto chorando.
Eu o vi cheirando.
Ele me roubou. Ou ele só fez o que seu pai lhe ensinou?
O pai disse que era certo. E ele agiu de acordo.
Assim como todos os gados agem aqui na Terra da Concordância.
No país da repressão.
No lugar onde tem altar para ladrão.

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